quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

AULAS DE LITERATURA...

Caros colegas, tenho levantado uma pesquisa de opiniões sobre o ensino de literatura e tenho ficado assustada. Aliás, há tantos adjetivos que nem sei qual escolho. Decepcionada? Espantada? Brava? Indignada? Como eu diria no inglês, "whatever"... Tenho observado como alguns profissionais "matam" a literatura em suas "aulas". Alunos desmotivados, que não conhecem o verdadeiro prazer da leitura, da contextualização, seu significado para a vida. Não devemos lecionar por lecionar. Uma aula bem preparada, fazendo paralelo com o cotidiano, o dia a dia, torna, obviamente, motivante a maravilhosa! Declaro aqui que sou apaixonada pelo ensino dessa área, justamente pela diversidade que ela nos proporciona. Minhas aulas favoritas é quando leciono sobre D. Casmurro. Coloco os estudantes no lugar dos personagens e pergunto o que eles fariam. Faço com que eles "namorem" o contexto até chegar no meu objetivo. Explico a importância em todas as aulas, e como é delicioso ver que, aos poucos, eles começam a mudar o esteriótipo criado acerca da Literatura. Faz parte, também, das aulas de literatura o incentivo à escrita. Por que não levá-los a escrever suas obras? Outro contexto que tem me decepcionado MUITO é a tal da gincana literária, onde os alunos devem decorar até a cor das roupas dos personagens! Qual o fundamento disso? O professor fica privado, tendo de trabalhar somente aqueles livros indicados, afim de fazer com que seus aprendizes participem de uma competição entre escolas! COLEGAS E ESTUDANTES, o fato de vocês saberem a cor da roupa do personagem, o que ele fez ou deixou de fazer, decorar ações, descrições físicas sem um estudo afinco e significativo, NÃO SERVE PARA NADA! DESCULPE MAS VOCÊS NÃO SABEM O QUE É LITERATURA! Fazer com que a escola em que você trabalha ganhe um título desses não te faz um profissional competente! Já ouvi coordenadora dizer: "Trabalhe somente com aqueles que são bons. Para os demais, você passa uma outra atividade, só para não deixá-los sem fazer nada." Confesso que fiquei espantada. E em minha cabeça veio: "QUÊ???????" Professor, que você estimule uma competição em sala, entre eles, é válido, mas quando tudo passa a ser uma espécie de "pressão psicológica", eis que lhe pergunto: de qual planeta você é? Professores de ensino médio, quer seja literatuta nacional ou estrangeira, como assim, simplesmente mandar seu aluno ler o livro e logo aplica prova? Veja bem, não estou dizendo que você deve entregar tudo "prontinho e acabado" a seus aprendizes, mas, ao menos, crie neles uma vontade de ler o livro sem que ele precise recorrer a resumos! O debate feito é o momento perfeito para despertar a criticidade! Suas aulas podem se tornar ricas, construtivas, motivadoras, sem precisar de muito recurso audio-visual! Saber guiar as aulas e lidar com as opiniões, fazendo com que todos respeitem os pontos de vista ali colocados é fundamental. Repense sobre suas aulas! Reflita, veja o que deu certo, o que não deu, o que pode ser mudado! VOCÊ deve fazer a diferença, pois, assim, os seus alunos consequentemente também farão a diferença. Lembro-me de quando uma estimada colega de trabalho, professora Gláucia Ethel, me disse que se apaixonou pelas aulas de literatura vendo sua professora recitar poesias. Parabéns a essa professora! Meu questionamento agora é: o que você tem feito para melhorar a qualidade de suas aulas? O que você tem feito para motivar seus alunos? O que você tem feito de diferente? Sempre uso o filme "Sociedade dos Poetas Mortos" e "O Poeta e o Carteiro" como inspiração para minhas aulas de Literatura, além da metodologia de Jesus Cristo (em quem acredito ardentemente) e estudo de filosofias. Gosto muito de citar também Rubem Alves e professor Dílson Catarino (Maxi Sistema de Ensino). Colega, caso queira compartilhar sua experiência, pode enviá-la para meu e-mail danny.letras@gmail.com

"A leitura é uma fonte inesgotável de prazer mas por incrível que pareça, a quase totalidade, não sente esta sede."

Carlos D. de Andrade

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Uma crítica à área da educação e ao sistema...


Nos últimos dias estive refletindo sobre algumas coisas, obviamente não poderia ser outra área senão da educação. Costumo refletir muito sobre minha prática pedagógica também. Com a experiência de 8 anos de prática docente, tenho observado muitas coisas, e me decepcionado com todas elas. Percebo que o sistema é falho, uma vez que, somos cobrados a fazer tantas coisas, como se não tivéssemos mais nada a fazer. Percebo que a falta de respeito para com o professor é grande (aliás, isso não é novidade). Percebo que tentar levantar questionamentos, tornar nossos alunos mais críticos, fazer um serviço mais criterioso têm tirado o sono de muita gente. Não vejo no planejamento muito "elaboradinho" a competência do professor. Veja bem, não estou dizendo que não devemos planejar. Aliás, meus caros, há uma diferença entre competência e obediência. O fato de eu obedecer sempre não significa que sou competente, indica apenas que sou mais uma subordinada e mera funcionária. Sempre me preocupei mais em fazer a diferença na vida das pessoas, mais especificamente os alunos, do que ficar me preocupando com o que as pessoas acham. Incentivei, arquei, segurei... Mas certas coisas têm feito com que eu fique decepcionada com a minha profissão. Somos tidos por incompetentes porque trabalhamos exaustivamente e de alguma forma não nos encaixamos naquele padrão. E eis que vos pergunto: por que? Para que não formemos seres pensantes? Para que eles não criem suas opiniões? Para que não façam suas críticas? O mais hilário disso tudo é que a culpa sempre cai no professor. Se eles não aprendem, o professor é o culpado. Se eles erram, o culpado é o professor. Se há indisciplina, o culpado é o professor. Caro colega da área da educação, tente mudar o mundo, e verás o mesmo cair sobre si. Educar pessoas é uma dádiva...

sábado, 11 de junho de 2011

Alguns exemplos de redações

Eis exemplos de alguns alunos que, aos poucos, atingem sua metas nas redações produzidas. Não são modelos perfeitos, mas estão em processo e no caminho certo!

Adolescência

Adolescência é uma fase que todos passamos. E todos nesse período gostamos de coisas novas.


Esta fase é um processo que nós, adolescentes, desenvolvemos o corpo, o pensamento, "ficamos", gostamos de ir a festas - sair - palavra preferida nessa fase. Tem o tal do amor, brigas, amigos, falsas amizades, coisas que nos fazem sofrer de certa forma.


Amigos que nos acompanham em palhaçadas, micos, tristezas, alegrias... E novas amizades... Mas claro que nem tudo é um mar de rosas. Há os falsos amigos, que também estão ali para o que de e vier de alguma forma.


Família... Ah! A base de tudo: mãe, pai, vô, vó, irmão... Pessoas que mesmo implicando, brigando, falando, são os que, com certeza, estarão ao seu lado sempre que precisar.


É, mas tudo que acontece conosco é novo sempre. Tem as descobertas, as tristezas, as alegrias, coisas que às vezes nos deixam revoltados com a vida.


Afinal, esta é a melhor fase de nossa vida, onde erramos e aprendemos, caímos e levantamos, onde há desafios e descobertas, mudança constante, mas que de uma certa forma somos felizes, e estaremos aí para o que der e vier.


Não sairemos "vivos" mesmo, então, aproveitemos o máximo que ela proporciona.


Lorrayne Herculano - 9º ano



domingo, 15 de maio de 2011

Banda MARÇO - A importância do incentivo à música.

No decorrer da semana, eu estava no centro da cidade para comprar alguns DVDs. Dentre os filmes Van Helsing, O mistério da Libélua, Sr. e Sra. Smith, houve um que me chamou extrema atenção: Mr. Holland (Adorável professor). Depois de "Um amor para recordar", esse foi foi o filme que mais me emocionou. Fala da trajetória de um músico que começa a lecionar. Ele passa por muitas dificuldades e quetionamentos, lutas enquanto professor, pai e marido. Seu filho era deficiente auditivo, mas entendia de música como ninguém. Lembro-me bem quando a professora Gláucia, minha colega de trabalho disse que "médico mata um, professor mata trinta." Nesse filme vi claramente esse frase na prática. Uma das alunas a quem ele incentivou tornou-se governadora. Ao final do filme, ele já estava bem velhinho, e foi feita uma homenagem a ele, onde todos os seus ex-alunos haviam comparecido. Momento de tirar o fôlego. A parte mais dolorosa, foi a parte em que ele foi demitido porque o diretor cortou a verba para a educação musical.



Identifiquei-me muito com esse filme. Trabalho nas áreas de Língua Portuguesa. Língua Inglesa, Redação/Produção Textual e Literaturas, e sou uma apaixonada declarada pela área da música. Meu pai foi músico, um dos melhores. Meu tio dizia que meu pai tocava até no ar... Mas, infelizmente faleceu faz dois meses. Gosto muito de cantar e estou aprendendo piano. Infelizmente, meu pai não deixou seu legado para seus filhos. Eu procuro fazer diferente, pois, quero escrever uma nova história. Fiquei muito feliz ao conhecer o aluno Samuel, que estuda na escola onde trabalho atualmente. Quando ele me disse que tocava, pensei logo no aluno Lucas Anúncio, que queria montar uma banda. Apresentei os dois no MSN. Maracarm um encontro e logo já começaram a ensaiar. Entrou, logo depois, Lucas Marquiza. Mas, faltava uma vocalista. E por que não um tempero feminino? Claro, Ana Beatriz da escola de inglês onde eu leciono. Marcamos o primeiro ensaio e foi show de bola, como se diz. Enfim, damos início a Banda MARÇO - Samuka, Ana Bia, Lucas Anúncio, Lucas Marquiza.


Acredito muito na força que a música, em todos os seus aspectos, traz à nossa vida. Ela reúne multidões, traz paz, alegria, sem contar que, uma apresentação musical em um evento conta muito. Lembro-me de quando aconteciam todo fim de ano os recitais da escola de música onde meu pai trabalhou durante onze anos, após entrar na reserva pela Aeronáutica. Os pais vibravam com seus filhos menores, tocando suas primeiras notas em um piano, ou quando apareciam "os metais", os alunos de meu pai que tocavam sax, clarinete, trombone, flauta transversal. Como sempre, muito aplaudido.












Ana Bia e Samuka, durante os ensaios.
















Mr. Holland e um de seus primeiros "desafios".





















sexta-feira, 1 de abril de 2011


Uma das coisas que mais me motiva em meu trabalho é justamente o prazer que tenho em fazê-lo. Com certeza, enquanto professores, enfrentamos muitos obstáculos (mentira, inúmeros), mas como vale a pena quando visualizamos o resultado! Quantos de nós, alguma vez, não sentiu vontade de largar tudo? Quem de nós, professores, nunca se sentiu humilhado e sem apoio? Quantos de nós nunca se deparou com a violência, algo que, infelizmente, já faz parte do cotidiano de muitos? Cada turma possui uma identidade, é necessário saber agir. Não que eu jogue a responsabilidade em nós, claro que há casos extremos, aí só a família mesmo para interferir. Mas acredito que tudo deve ser feito com muita paciência, amor e dedicação, sendo mais do que necessário investimento na saúde do profissional e em melhores salários. Infelizmente, não é assim que o Brasil pensa. Vivemos em meio a uma sociedade em que os pais/responsáveis cobram do professor o péssimo rendimento de seus filhos. Bons tempos do Padre Jair, no colégio Rui Barbosa, em que os educadores tinham poder de fala.




A prática da redação/produção textual ainda é considerada um grande problema, salvo que, grande parte das escolas não a lecionam durante o ensino fundamental I e II. Os alunos ainda sentem muita dificuldade na escrita, mas tal pedra não é atribuída ao professor ou a escola, e sim aos alunos que, infelizmente, não possuem o hábito da leitura. Nesta foto, vocês podem ver os alunos assistindo a um vídeo, onde são debatidos assuntos diversos para a prática da produção textual. Antes disso, é estudada a técnica textual, ou seja, tudo que um texto deve conter (pontuação, estética, parágrafo, etc.).

Escola: SESI - Maria José Castello Zahran